Tempo do meu sofrimento - Parte II

Minha angústia persiste oh voraz solidão,
Meu peito entorpece lividamente,
A dor o corrói lentamente,
No crepúsculo da vida o amanhã sem salvação.


Os dias estão passando meu dolorido coração,
Desse tempo que é o teu maior inimigo,
Nas asas do amor que não encontraste abrigo,
E os anjos dos céus que não te deram as mãos.


Tuas noites são sempre frias,
Como o orvalho que se forma sobre os lírios,
Nas madrugadas que vives em martírios,
Nos calafrios das tuas agonias.


Ah meu purificado coração,
A feroz dor que inunda o meu ser,
É nunca ter te dado uma fervorosa paixão,
Para livrar-te do abandono que te faz perecer.


E de tanto sofrermos juntos,
Hoje estamos a sós eu e você,
Áridos, pois tuas lágrimas já secaram,
E nossos sonhos se eternizaram,
Num tempo de aflição que não fizemos merecer.

 

 

 

- Rodrigo Cézar Limeira