O tempo impiedoso

 

Os dias passam, impiedosamente,

a vida caminha para seu fim,

os momentos se vão feito areia dispersa pelo vento.

 

O tempo senhor de todas as coisas,

não vais me deixar em paz, enquanto não tirares de mim,

o bem mais precioso que possuo, a minha vida.

 

Esse tempo que manda e governa,

não deixa pedra sobre pedra no lugar,

ele não há de deixar a minha vida respirar,

ele me faz envelhecer e me entrega os cabelos brancos,

me faz caducar e lembrar que nada nesse mundo eu tenho,

nem mesmo a minha própria vida.

 

Pobres mortais humanos, não temos bens, não temos dinheiro,

não temos nada, tudo nos é emprestado.

 

Pobre daquele que acha que é dono de algo,

se nem mesmo a própria vida lhe pertence.

 

 

 

- Rodrigo Cézar Limeira

Tempo do meu sofrimento - Parte II

Minha angústia persiste oh voraz solidão,
Meu peito entorpece lividamente,
A dor o corrói lentamente,
No crepúsculo da vida o amanhã sem salvação.


Os dias estão passando meu dolorido coração,
Desse tempo que é o teu maior inimigo,
Nas asas do amor que não encontraste abrigo,
E os anjos dos céus que não te deram as mãos.


Tuas noites são sempre frias,
Como o orvalho que se forma sobre os lírios,
Nas madrugadas que vives em martírios,
Nos calafrios das tuas agonias.


Ah meu purificado coração,
A feroz dor que inunda o meu ser,
É nunca ter te dado uma fervorosa paixão,
Para livrar-te do abandono que te faz perecer.


E de tanto sofrermos juntos,
Hoje estamos a sós eu e você,
Áridos, pois tuas lágrimas já secaram,
E nossos sonhos se eternizaram,
Num tempo de aflição que não fizemos merecer.

 

 

 

- Rodrigo Cézar Limeira




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